Vacinação em SC: semana histórica com distribuição de vacinas para os 295 municípios catarinenses

Nesta semana, uma etapa importante para o combate à Covid-19 foi realizada, na Grande Florianópolis, com a vacinação dos três primeiros catarinenses no município de São José. Dia 18 de janeiro de 2021 ficará marcado na história de Santa Catarina e na vida de Júlio César Vasconcellos de Azevedo, Kerexu Yxapyry e João de Jesus Cardoso. Os três receberam a primeira dose da Coronavac SARS-CoV-2, na segunda-feira, pela Gerente de Imunização da Prefeitura de São José, Iula Luana Bastos, e pela técnica em enfermagem Patrícia Coelho, do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

Júlio César Vasconcellos de Azevedo é enfermeiro assistencial há 30 anos – e trabalha há 28 deles na UTI do Hospital Celso Ramos. Ele foi o primeiro a receber a dose. Kerexu Yxapyry é gestora ambiental e tem 41 anos. Do povo Mbya Guaraní, ela é liderança da terra indígena do Morro dos Cavalos. João de Jesus Cardoso, de 81 anos, é residente no Lar de Zulma desde março de 2017 e foi o primeiro idoso a ser vacinado em Santa Catarina.

As vacinas foram distribuídas às 17 Unidades Descentralizadas de Vigilância Epidemiológica (UDVES) de Santa Catarina na terça-feira, 19/01, as quais armazenam as doses e distribuem aos municípios. São elas: Grande Florianópolis, Tubarão, Itajaí, Blumenau, Joinville, Jaraguá do Sul, Videira, Joaçaba, Concórdia, Xanxerê, Chapecó, Criciúma, Araranguá, Mafra, Lages, Rio do Sul e São Miguel do Oeste.

Na primeira etapa de vacinação, o Estado recebeu 144 mil doses da vacina contra à Covid-19. Para que a pessoa seja considerada imunizada, é necessário a aplicação de 2 doses. O Secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, participou na manhã de segunda-feira do ato simbólico de entrega das doses no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e no mesmo dia o Estado já realizou suas primeiras vacinações. Era 13h48min quando o Governador de Santa Catarina anunciou em sua rede social:  

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Em um esforço conjunto entre a Secretaria de Estado da Saúde e as Forças de Segurança foram definidas as rotas de entregas, que contaram com o apoio de escoltas para levar os imunizantes do Centro de Distribuição as UDVES e posteriormente aos municípios catarinenses. O transporte das vacinas ocorreu na terça-feira, 19 de janeiro, por via terrestre e aérea. Em virtude do número de doses recebidas, foi pactuado em reunião conjunta entre Estado e Municípios o público-alvo prioritário nesta primeira etapa.

O Coronavírus

Para muitos, o dia 17 de março de 2020 ficou marcado na memória como o dia que a Covid-19 afetou a vida de dezenas de milhares de catarinenses. O Governador Carlos Moisés decretou Estado de emergência em todo o Estado, numa terça-feira. Pouco mais de 10 meses passaram e, ainda para muitos, a Coronavírus é uma doença desconhecida e que causa dúvidas.

Afinal, o que é a Covid-19? E o Coronavírus, é a mesma coisa?

A primeira manifestação do Coronavírus em um ser humano data do ano de 1964 e foi descoberto por uma cientista escocesa. Desde então, o vírus circulava pelos seres vivos causando sintomas leves, similares a resfriados, replicando-se de forma amena. Foi somente no ano de 2003, na China, que esses vírus começaram a provocar surtos de síndromes respiratórias agudas graves. Esse primeiro vírus altamente infeccioso, com maior capacidade de agressão ao organismo, foi denominado de SARS-CoV-1. Mais tarde, um vírus ainda mais forte, foi descoberto no Oriente Médio - da mesma família do Coronavírus - e denominado MERS-CoV. Esses dois tipos de coronavírus provenientes de animais anteciparam o novo Coronavírus (a COVID-19 ou a SARS-CoV-2), o qual também se manifestou pela primeira vez na China.

Com mais potencial de contágio que os outros dois coronavírus, a COVID-19 começou a ser descrita como uma doença assintomática ou oligossintomática com maior possibilidade de evolução para síndrome respiratória aguda grave em idosos e portadores de doenças crônicas. Ainda assim, o padrão de letalidade, mortalidade, infectividade e transmissibilidade da doença não foi unânime na comunidade científica, que durante meses alertou o risco da doença pela falta de medicamentos antivirais específicos ou vacina.

Quando a Covid-19 chegou em Santa Catarina

A Covid-19 foi registrada no Brasil pela primeira vez no mês de fevereiro. Em Santa Catarina, por sua vez, a doença chegou em março e os dois primeiros infectados foram contaminados fora do país. As medidas de restrição definidas pelo Governo do Estado, no dia 17 de março de 2020, resultaram da chamada "transmissão comunitária", a qual se evidenciava quando não se tinha mais como saber a procedência da doença no contaminado. Evitou-se superlotar os hospitais públicos pela rápida contaminação que a doença proporcionava, da mesma forma que se equipou a rede hospitalar para garantir que nenhum contaminado pela COVID-19 morresse sem assistência. Santa Catarina aumentou em mais de 100% sua capacidade hospitalar, com números expressivos de novos leitos e respiradores.

O Estado de Emergência tinha como principal objetivo, segundo os especialistas, frear a propagação do vírus e evitar aglomerações, que é onde o vírus age mais rápido. Ao mesmo tempo, Santa Catarina formou um colegiado técnico que teria como principal tarefa analisar e avaliar o cenário do vírus no Estado, fornecendo recomendações na área da saúde.

O COES

Instituído no dia 12 de março, o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES) foi criado para coordenar as ações de enfrentamento à pandemia da COVID-19. O colegiado propôs durante todo esse período notas técnicas, portarias, regramentos sanitários e soluções em conjunto com entidades, associações e conselhos municipais. Dentre algumas das principais medidas do COES, criou-se uma plataforma de gestão direcionada para que os municípios tivessem acesso a dados e informações para definir ações, denominada Matriz de Risco. Até hoje, ela analisa através de ferramentas e dispositivos de compreensão de dados e transmissibilidade, as Regiões de Saúde com maior risco de contágio.

Santa Catarina, no decorrer do tempo, como resultado, tornou-se um dos Estados com maior transparência em relação aos dados da COVID-19, sendo inclusive pioneira em ações de inquérito gripal e parcerias público/privados que garantiram oxímetros e outros insumos para o combate ao Coronavírus. Com o site https://www.coronavirus.sc.gov.br/, igualmente, construiu-se uma plataforma onde se pode observar a transparência das ações durante a pandemia no Estado, como, por exemplo, os investimentos feitos, a quantidade de leitos e afins.

Quem faz parte do COES?

O Centro de Operação de Emergências em Saúde é formado por:

  •  Gabinete do Secretário Estadual de Saúde;
  •  Assessoria de Comunicação;
  •  Superintendências de: Gestão Administrativa, Planejamento em Saúde, Vigilância em Saúde, Hospitais Públicos Estaduais, Serviços Especializados e Regulação,   Urgência e Emergência;
  •  Diretorias de: Educação Permanente, Urgência e Emergência, Atenção Primária, Assistência Farmacêutica, Articulação Regional, Vigilância Sanitária, Vigilância   Epidemiológica;
  •  Gerências de: Saúde Ambiental/Vigidesastres, Centro de Informações e Assistência Toxicológica, Regulação Estadual e Internação Hospitalar, Meio Ambiente e   Produtos/LACEN, Biologia Médica/LACEN, Vigilância de Zoonoses e Acidentes Por Animais Peçonhetos e Doenças Transmitidas por Vetores/DIVE;
  •  Laboratório Central de Saúde Pública;
  •  FECAM;
  •  COSEMS;
  •  Conselho Estadual de Saúde;
  •  FEHOESC;
  •  FEHOSC;
  •  AHESC;
  •  Ministério da Saúde;
  •  Ministério Público;
  •  Defesa Civil;
  •  GRAC.

Como estipulado na Portaria 179, o COES tem caráter consultivo e deliberativo e seus integrantes são indicados por meio de expediente subscrito pelo dirigente de sua respectiva área e designados por Portaria do Secretário de Estado da Saúde.

A possível reinfecção por Coronavírus, as suas variantes e a importância da vacina

Um dos membros do Centro de Operações de Emergência em Saúde e Infectologista, Fábio Gaudenzi, indicou que uma das atenções necessárias ao novo momento é a de possíveis reinfecções pela Covid-19 - um fenômeno que ainda é estudado e que ainda não se tem uma definição sobre sua ocorrência.

Nos últimos meses, a Organização Mundial da Saúde tem recebido alertas de vários países relatando os casos e uma nova variante do vírus começou inclusive a ser percebida em países como o Brasil. "Nós ainda não temos definições se há uma infecção mais grave caso ocorra a reinfecção, qual a sua proporção e também as características clínicas dos casos. Para que isso seja monitorado e seja entendido, os países estão estabelecendo protocolos de acompanhamento ao fenômeno e avaliando suas características", destacou Gaudenzi.

Para evitar o contágio ou para evitar uma possível reinfecção, os técnicos são unânimes: evitar aglomerações e manter as medidas de prevenção como o uso de máscaras e a lavagem das mãos.

É importante lembrarmos que eventos, feriados ou qualquer momento de aglomeração podem servir como disseminadores do novo coronavírus. O aumento do número de casos contínuos, no entanto, está relacionado com nossos hábitos rotineiros. Nós precisamos seguir evitando multidões, atividades ou lazeres não essenciais e fazer o uso contínuo da máscara dentro e fora de casa, evitando assim a disseminação do vírus. “A higiene frequente das mãos com água e sabão, além de álcool em gel também são vitais na nossa comunidade”, reforça Gaudenzi.

A primeira remessa da vacina

"O dia 18 de janeiro é um dia histórico para o Brasil e para Santa Catarina", classificou o Secretário da Saúde André Motta Ribeiro. Ele participou da entrega de 144 mil doses da Coronavac no aeroporto de Guarulhos, na segunda-feira. Os imunizantes chegaram na Base Aérea de Florianópolis por volta de 11h30min. Eles seguiram, então, ao almoxarifado da Secretaria de Estado da Saúde, na Grande Florianópolis. 71.040 doses foram separadas e destinadas às 17 regionais de Saúde, na terça-feira, a partir das 6h30min.

"Recebemos as doses durante ato com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e reforçamos o nosso alinhamento ao Plano Nacional de Imunização. Esse momento foi um reflexo de muito trabalho. A carga foi recebida pelas equipes da Secretaria de Estado da Saúde, em Florianópolis, para separação e catalogação. Estamos iniciando a maior campanha de vacinação da história", informou o Secretário.

PNI e grupos prioritários

Os grupos que estão sendo vacinados inicialmente em Santa Catarina são idosos com mais de 60 anos institucionalizados, portadores de deficiências, com mais de 18 anos, que residem nessas residências inclusivas (6.026 pessoas), população indígena (7.710) e trabalhadores da saúde, o que totalizou numa primeira contabilização: 68.121 pessoas. Dentro dos primeiros imunizados, 54.385 são trabalhadores da saúde. Pelo número de doses, o Ministério da Saúde priorizou alguns dos grupos para serem vacinados num primeiro momento. Santa Catarina segue o Plano Nacional de Imunização e pactuou com os municípios os grupos prioritários a receber as vacinas.

Deliberação 002 da CIB de 2021

Na segunda-feira, 18, assinou-se, após reunião extraordinária, a Deliberação 002/CIB/2021 pela Comissão Intergestores Bipartite. O documento aprovou o Informe Técnico da Campanha Nacional de Vacinação contra a COVID-19 na primeira etapa de vacinação da Sinovac, com a definição dos grupos prioritários, bem como o escalonamento dos grupos populacionais para vacinação. O documento foi assinado pelo Secretário da Saúde, André Motta Ribeiro, e Alexandre Fagundes, o Presidente do COSEMS.

A deliberação recomendou que a priorização dos seguintes trabalhadores de saúde para este primeiro momento: a) os que atuam nas UTIs Covid-19; b) os que trabalham nas emergências Covid-19; c) os que atuam no atendimento clínico hospitalar Covid-19; d) profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); e) trabalhadores de Instituições de Longa Permanência de Idosos e de Residências Inclusivas; f) equipes de vacinação diretamente envolvidas nos grupos desta etapa. Além dos profissionais, a CIB também previu a vacinação dos idosos residentes em Instituições de longa permanência, pessoas com deficiência institucionalizadas e a população indígena que vive em terras indígenas.

"Com a chegada de novas doses do Ministério da Saúde, a intenção é a de ampliar os grupos populacionais, visando os demais trabalhadores da saúde, além dos grupos de idosos e portadores de doenças crônicas", afirmou o Superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário. "Neste momento é importante aguardar a chamada das secretarias municipais e manter as ações de prevenção a saúde, principalmente o uso de máscaras, etiqueta da tosse, a higiene das mãos e evitar aglomerações ", concluiu.

A segunda dose para as pessoas que receberem a vacina neste mês de janeiro está prevista para ser aplicada ainda em fevereiro.

Transparência, registro e comunicação

Todos os municípios e suas respectivas Secretarias de Saúde já foram capacitados para usar o sistema do Ministério da Saúde para o registro das doses aplicadas na campanha, formalizando maior transparência durante todo o processo. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica monitorará o sistema oficial da campanha, divulgando semanalmente um balanço das pessoas imunizadas. O sistema para os registros será o Módulo de Campanha Covid-19 do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI). A transparência do processo será realizada em conjunto com os municípios, que precisarão registrar e digitar cada dose aplicada da vacina Coronavac.

A campanha informativa sobre a Covid-19 tomou os canais de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde, Diretoria de Vigilância Epidemiológica, Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES) e Governo de Santa Catarina desde março. Foram inúmeras lives, videoaulas para profissionais da saúde, matérias, notas técnicas, informações, vídeos e ações de transparência.

Hoje, o site https://www.coronavirus.sc.gov.br/ é uma plataforma de referência no país, com informações sobre investimentos na rede, o quanto se é pago na política hospitalar, a quantidade de leitos ativos no Estado e o quanto de leitos são para pacientes com Covid-19.

Nesta nova fase de divulgação, a Secretaria de Estado da Saúde lançou o selo Vacinar para Proteger, o qual disponibilizará materiais para impressão, manuais e informativos para que todos falem a mesma língua durante uma das campanhas de vacinação mais importantes da história de nosso país.

A Secretária pede para que o cidadão catarinense acompanhe as redes sociais, o site e o calendário vacinal de Santa Catarina que será divulgado nos próximos meses nos canais de comunicação da SES e do Governo de Santa Catarina. A meta é de que Santa Catarina vacine 90% de todos os grupos prioritários durante a campanha.

Balanço parcial de doses aplicadas na primeira semana

            A Secretária de Estado da Saúde por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica informa que até o final da tarde desta quinta-feira (21), Santa Catarina já aplicou 20.802 doses da vacina contra à Covid-19. O levantamento foi feito com base em informações enviadas pelos munícipios entre os dias 19 a 21 de janeiro, já que o sistema para registro das doses do Ministério da Saúde apresentou instabilidade ao longo da semana. Como não são todos os municípios que divulgaram as informações, o levantamento é preliminar e o número real pode ser maior.

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