Santa Catarina registra presença de escorpiões de importância médica

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) esclarece que o estado já registrava a presença do escorpião amarelo (Tityus serrulatus) antes de 2021 nos municípios catarinenses. A DIVE/SC explica ainda, que todos os municípios, com a presença da espécie invasora em áreas urbanas e de importância médica, são considerados infestados e devem manter as ações de controle.

O escorpião amarelo se reproduz por partenogênese, ou seja, só existem fêmeas e todo indivíduo adulto pode se reproduzir sem a necessidade de acasalamento. “E é essa condição que facilita a dispersão do animal. Além disso, ele se adapta a qualquer ambiente, uma vez transportado de um local a outro, instalam-se e proliferam com muita rapidez”, esclarece Alexandra Schlickmann Pereira, médica veterinária da DIVE/SC.

“O T. serrulatus é considerado uma espécie oportunista, pois se adapta muito bem a ambientes urbanos, se aproximando das residências, onde existem restos e resíduos alimentares que atraem baratas, alimento de preferencia dos escorpiões, e abrigos como entulhos acumulados, restos de construção, por exemplo”, completa Maevi Ottonelli, bióloga da DIVE.

De acordo com o Manual de Controle de Escorpiões do Ministério da Saúde, após a confirmação de escorpiões da espécie T. serrulatus, a área deve ser monitorada permanentemente, já que não é possível a erradicação desses espécimes. Para a classificação de níveis de infestação/dispersão, se não for encontrado nenhum exemplar (zero) em busca ativa, é considerado baixo. Mesmo que não se encontrem mais animais nesses locais, por meio de monitoramento pela busca ativa, devem ser mantidas as ações de vigilância tais como o monitoramento pelo município, por meio da educação em saúde, orientando a população caso algum morador relate a presença do animal na área, orientação às unidades de saúde da localidade de acordo com a realidade do território.

Conforme a DIVE/SC e o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATOX/SC), a espécie com o maior número de registro no estado é justamente T. serrulatus (escorpião amarelo), a mais perigosa e que causa o maior número de acidentes. O estado também tem o registro da presença do Tityus bahiensis, conhecido como escorpião marrom. A espécie também tem importância médica, mas não se reproduz por partenogênese.

Acidentes
Em 2021, até agora, foram registrados 135 acidentes com escorpiões de diferentes espécies no estado, somente dois necessitaram de soro antiveneno. No ano passado, foram notificados 339 acidentes. Não há registro de óbito por acidentes com escorpiões em SC.

A grande maioria dos acidentes com escorpiões é leve e o quadro local tem início rápido e duração limitada. Os acidentados apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido e sudorese.

A recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente.

É importante lembrar que não é em todo caso de acidente que o soro será indicado, e apenas o profissional de saúde poderá fazer essa avaliação. O antiveneno é indicado em casos moderados ou graves.

Não se deve aplicar nada sobre a ferida, apenas lavar o local com água e sabão até a ida ao serviço de saúde.

Prevenção
As medidas de controle e manejo populacional de escorpiões baseiam-se na retirada/coleta dos escorpiões e modificação das condições do ambiente a fim de torná-lo desfavorável à ocorrência, permanência e proliferação destes animais.

A população deve ficar também atenta a algumas medidas:

- Na área externa do domicílio
• Manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar;
• Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados. Não jogar lixo em terrenos baldios;
• Limpar terrenos baldios situados a cerca de dois metros (aceiro) das redondezas dos imóveis;
• Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados;
• Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como obras de construção civil e terraplenagens que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento, umidade etc;
• Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo exagerado;
• Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, joão-bobo, etc.), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos e gansos (galinhas não são eficazes agentes controladores de escorpiões);
• Evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões;
• Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros;
• Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões;
• Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas.

- Na área interna
• Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas;
• Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha;
• Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;
• Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;
• Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados;
• Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.

Registros de escorpiões pelo Laboratório da DIVE/SC:

Assessoria de Comunicação
Amanda Mariano, Bruna Matos e Patrícia Pozzo
Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) / SES
Fone: (48) 3664-7406 | 3664-7402
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
www.dive.sc.gov.br

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